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Embaixador na ONU diz que Brasil quer mais mulheres nas forças de paz

  • Publicado: Segunda, 20 de Dezembro de 2021, 11h14
  • Última atualização em Terça, 25 de Janeiro de 2022, 11h15

Ronaldo Costa Filho falou à ONU News sobre o desafio de recrutar mais militares femininas para as Forças Armadas e policiais no país; na ONU, ele citou prêmios recebidos por boinas-azuis brasileiras que defendem igualdade de gênero nas casernas e fora delas. 

Em entrevista à ONU News, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Costa Filho, afirmou que o país entende que a participação feminina é fundamental não só nas operações de paz, mas também em todos os setores.  Na frente militar, Costa Filho citou os prêmios que o Brasil recebeu das Nações Unidas por dois anos seguidos, o Defensora Militar da Igualdade de Gênero, pelo trabalho feito por duas mulheres brasileiras na Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, em proteger mulheres e crianças da violência.

Representatividade 

Uma delas é a capitã de fragata da Marinha Brasileira, Márcia Braga. Ao relembrar a distinção, o embaixador reiterou que as mulheres fazem a diferença nas missões de paz.  “O que demonstra que elas têm um papel importante a prestar. Eu cito a facilidade que as mulheres têm para se aproximar e estabelecer um diálogo mais aberto e transparente com as comunidades locais afetadas. Então, as mulheres sim têm um papel muito importante a prestar neste lado.” 

Além da questão militar, as mulheres ainda se destacam, de forma estratégica, na intermediação de conflitos. Segundo o embaixador, o Brasil está comprometido em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 5, que busca a igualdade de gênero. 

Ainda assim, Costa Filho afirma que existem desafios para aumentar a representatividade feminina na área, já que a quantidade de mulheres trabalhando no Exército ainda é pequena.  “O Brasil tem um programa nacional de mulheres paz e segurança que foi renovado em 2019 que visa aumentar a participação [feminina]. Não é fácil porque a participação de mulheres, no caso do Brasil, nas Forças Armadas e nas forças policiais ainda é minoritária. Então, não temos ainda um contingente com o qual colaborar plenamente. Mas o esforço nacional é de aumentar essa participação, tanto militar, policiais quanto na área civil.” 

O Brasil liderou missões de paz da ONU incluindo no Haiti, de 2004 a 2017, e atualmente possui boinas-azuis em nove áreas.   De acordo com o Ministério da Defesa, mais de 30 mil homens e mulheres já participaram das operações de paz.  Desde 2015, o Brasil comanda a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, com um general brasileiro.

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